lâmpadas do tipo HMI são lâmpadas do tipo descarga, de alta pressão pertencentes a um grupo denominado HID - High Intensity Discharge. Podem ser consideradas como a versão moderna e portátil do antigo arco voltaico de carvão. A luz de refletores HMI é 3 a 4 vezes mais potente do que a luz halógena de refletores do tipo tungstênio. Por outro lado, seu consumo, também em comparação ao refletor de tungstênio para o mesmo poder de iluminação, é 75% menor. O menor consumo devido à maior eficiência na transformação de energia em luz faz com que este tipo de lâmpada gere menos calor do que a lâmpada de tungstênio.

A sigla HMI provém de abreviações dos nomes dos componentes da lâmpada: "H" de Mercúrio (Hg), "M" dos metais raros (metais pouco abundantes na Terra) Dysprosium (Disprósio, elemento 66 da tabela periódica), Thulium (Túlio, elemento 69) e Holmium (Hólmio, elemento 67) e "I" dos elementos halógenos Bromine (Bromo, elemento 35) e Iodine (Iodo, elemento 53).

O Mercúrio é o responsável pela geração da luz na lâmpada, a partir da corrente elétrica, os metais raros pelo controle da temperatura de cor dessa luz e o Iodo / Bromo pelo aumento da durabilidade do bulbo da lâmpada, além de garantir que os metais raros permaneçam concentrados na parte principal do bulbo, onde a luz é gerada.

Dentro do bulbo de uma lâmpada HMI também existem eletrodos de tungstênio (como na lâmpada deste tipo), porém aqui, o filamento não é contínuo: cada uma das pontas desses eletrodos penetra ligeiramente em uma pequena câmara de vidro selada (ampola), formando-se entre essas pontas um arco voltaico durante o funcionamento da lâmpada. Devido ao tamanho médio desse arco quando comparado a arcos menores existentes em outros tipos de lâmpada (de xenônio por exemplo), a sigla HMI também é utilizada como "Hydrargyrum Medium-arc-length Iodide".

Lâmpadas de descarga geralmente possuem espectro luminoso descontínuo e em princípio o mesmo ocorre também nas HMI: o espectro da luz emtida pelo mercúrio é descontínuo. Porém existe aqui uma compensação: os metais raros fazem com que sejam emitidas radiações luminosas que peenchem os 'vazios' do espectro gerado pelo mercúrio, fazendo com que o espectro adquira continuidade e seu IRC seja alto, geralmente maior do que 90. Produzem intensa luz branca, cuja temperatura de cor assemelha-se bastante à da luz do dia (em torno de 5.500 a 6.000K).

As primeiras lâmpadas HMI não podiam ser dimerizadas, ou seja, ter sua luz reduzida controladamente através de um dimmer. Atualmente isto é possível (até 30% de sua potência luminosa total), no entanto ocorre juntamente com a dimerização um ligeiro deslocamento na temperatura de cor da lâmpada, em direção à tonalidades azuis (esfriamento da cor). Esse comportamento é exatamento o oposto do que ocorre com uma lâmpada de tunsgstênio que, ao ser dimerizada, tem sua luz esquentada (aumento das tonalidades vermelhas).

Ao contrário das lâmpadas de tungstênio, as do tipo HMI (assim como outras lâmpadas do tipo descarga) exigem um reator para funcionar. Enquanto os antigos reatores eram pesados (por conter enrolamentos internos de fios de cobre, de maneira semelhante aos transformadores); os atuais, eletrônicos, são bem mais leves e portáteis, empregando componentes do tipo transistores, capacitores e outros. Eficientes no uso da energia, menores, mais leves e mais duráveis, apresentam menor aquecimento. Reatores antigos emitiam muito ruído, exigindo muitas vezes seu deslocamento para fora da área de gravação / filmagem, problema solucionado com os reatores eletrônicos. Outra vantagem do reator eletrônico é a eliminação da cintilação da luz emitida (flicker) pela lâmpada, que ocorria com os antigos reatores, efeito derivado do uso da corrente alternada (AC) na qual as lâmpadas HMI funcionam.

Para iniciar o funcionamento da lâmpada e gerar o arco voltaico dentro da câmara (ampola) de vidro, são necessárias altas voltagens (da ordem de 12.000 volts ou mais), o que é providenciado pelo reator. Somente assim a energia elétrica ganha potência para sair de um eletrodo, situado em uma extremidade da ampola e atingir o eletrodo situado na extremidade oposta. Atingida esta situação, com a formação do arco e o aquecimento do bulbo, o gás pressurizado dentro da ampola precisa ser ionizado, exigindo a aplicação de uma voltagem ainda maior (de 20.000 a 70.000 ou mais volts). Como efeito colateral, além do aquecimento forma-se alta pressão no interior da ampola.

Com o uso, o vidro do bulbo da lâmpada (fabricado em quartzo) sofre um processo denominado devitrificação (deteriorização do vidro), o que faz com que a temperatura de cor da lâmpada diminua de 0,5K a 1K por hora de funcionamento da mesma (esquentamento da cor, em direção à tonalidades avermelhadas). A variação desses valores (0,5K-1K) depende da potência da lâmpada. Por este mesmo motivo, as lâmpadas HMI possuem um tempo previsto em termos de horas de utilização, que não deve ser ultrapassado: tempos de utilização maiores do que 25% de sua vida útil passam a acarretar risco de explosão. O risco de explosão faz com que os refletores utilizados com este tipo de lâmpada sejam mais pesados e robustos.

No segmento profissional existem grandes refletores utilizando este tipo de lâmpada, com potências luminosas altas como 12.000 ou 18.000 W (12kW ou 18kW). No entanto a tecnologia HMI é bastante versátil, permitindo refletores menores, para uso em diversos segmentos, como 8.000 W , 6.000 W, 4.000 W, 2.500 W, 1.200 W ou 500 W.