Sistema de verificação de erros na transmissão de sinais de vídeo digitais através de conexões do tipo SDI. A transmissão de informações entre duas fontes, quando feita através de um sinal analógico, está sempre sujeita a perdas durante o processo. Na realidade, a rigor qualquer transmissão entre duas fontes, sejam elas analógicas ou digitais, está sujeita à perdas. Seja por deficiências na condução elétrica (cabos e conectores), mau contato, interferências eletromagnéticas (campos produzidos por motores ligados, alto-falantes, telefones celulares etc...) e outras causas ela invariavelmente cedo ou tarde acaba ocorrendo.

Não é possível corrigir um sinal analógico que chegou defeituoso no destino, pois inexiste forma de se saber como era o sinal quando saiu da origem, daí os conhecidos problemas de perda em gerações (loss generation) criadas através do processo analógico de edição linear.

Já com os sinais digitais normalmente este problema não acontece, pois juntamente com o envio do sinal, a fonte origem envia também junto com ele informações codificadas que permitem que o receptor, no destino, efetue alguns cálculos matemáticos com essas informações e descubra se algo ocorreu no caminho. Um exemplo simples que pode dar a idéia do que ocorre é o cálculo dos dígitos de controle do número do CPF; o cálculo é feito com os números anteriores aos dígitos de controle (o número de fato do CPF, o principal), obtendo-se assim um número - o primeiro algarismo de controle. A seguir, juntando-se o número principal com esse primeiro dígito de controle e re-efetuando o cálculo, obtém-se o segundo dígito de controle. Quanto o computador tem que verificar a validade da informação, refaz os cálculos com o número fornecido - qualquer mudança em um dos algarismos, tornando-o diferente do número original, fará com que o cálculo resulte em dígitos de controle diferentes, indicando assim ao sistema que aquele número é um número de CPF inválido.

Com o sinal de vídeo, tudo se passa como se fosse efetuado um cálculo com trechos da informação do sinal, obtendo-se "números de controle", que são enviados juntamente com esse sinal. No destino, o cálculo é refeito, para verificar se houve algum problema durante a transmissão. Dependendo do que ocorreu, o próprio sistema no destino pode corrigir o erro, através de diferentes algoritmos matemáticos. Caso contrário, ele solicita novamente à origem que efetue uma retransmissão do trecho da informação com problema.

No caso da maioria dos sinais digitais de vídeo acontece a mesma coisa, no entanto, para o SDI (e não o HD-SDI por exemplo), não há geração desses controles na emissão (origem). Assim, um eventual problema durante a transmissão não seria detectado. Desta forma, os sistemas que fazem a emissão desses sinais podem eles próprios acrescentar seus dispositivos de controle particulares de integridade do sinal. E para não alterar o conteúdo transmitido (os quadros de imagem), só existe um local onde o mesmo pode ser colocado: o intervalo de controle vertical (vertical sync pulse) que fica entre os quadros. Nos formatos digitais esse intervalo, próprio dos sistemas analógicos, não existe - não é necessário para controlar as informações de desenho da imagem na tela. No entanto, em estúdios é comum a comunicação de sinais entre equipamentos, e em determinadas situações este sinal deve estar preparado para a forma padrão de transmissão de TV - analógica, contendo portanto elementos como este intervalo.

Nesse local há uma área deixada vazia originalmente no projeto NTSC (ou pelo menos não utilizada na quase totalidade das situações). É nessa áreas que é gravado por exemplo o Timecode VITC (Vertical Interval Timecode) nos sistemas analógicos, e também é nessa área que os sistemas que trabalham com SDI gravam o conteúdo de controle chamado EDH (Error Detection and Handling).

Ao contrário dos procedimentos padrão existentes nos sinais digitais, que como ilustrado acima permitem muitas vezes corrigir o defeito do sinal que chegou no destino, ou então pedir sua retransmissão, no caso do EDH nada disso é feito: a tecnologia utilizada é muito simples, pois no destino somente é refeito o cálculo e verificado se a informação está correta. Se estiver, o sinal chegou sem problemas pelo caminho. Se não estiver, isso indica que houve problemas e que o que está chegando no destino não é idêntico ao que está sendo transmitido. Isso fará por exemplo acender uma luz de alerta no hardware de destino, indicando a necessidade de procedimentos de correção que, como visto, nesse caso não são automáticos.

Sua finalidade assim é permitir identificar equipamentos no sistema que estejam apresentando eventuais falhas.