tipo de transição empregada entre uma cena e outra onde, ao invés do som e da imagem mudarem simultaneamente da cena A para a cena B, como ocorre normalmente no corte seco, dissolve ou outro tipo de transição, o som ou então a imagem da cena B entram "atrasados". O resultado desse deslocamento faz com que o público começe a ouvir o áudio da cena B enquanto ainda vê imagens da cena A ou passe a ver imagens da cena B enquanto ainda ouve o áudio da cena A.  Muito utilizado em cinema, o split edit permite chamar a atenção do público para determinados elementos da trama, dando destaque aos mesmos enquanto possibilita o desenvolvimento natural e a continuidade entre as cenas.

Um exemplo é iniciar determinada cena somente com o áudio de uma pessoa falando, com a imagem totalmente escura. Depois de alguns segundos então, um lento processo de fade-in tem início. O efeito faz com que o público fixe sua atenção inicialmente no áudio - a história contada pelo personagem - uma vez que não há ainda imagem, para só então, após mentalizado o relato, surgir a imagem, como dado complementar. Sem o efeito, áudio e imagem teriam que ser assimilados simultaneamente. No exemplo, o diretor opta por enfatizar bastante o texto antes de mostrar o personagem associado a ele. Outra possibilidade ainda no exemplo acima é exibir outras imagens, não a da pessoa que fala, relacionadas por exemplo com o que a pessoa fala. Se ela está rememorando trechos de sua infância, o trecho escuro pode ser substituído por fotos antigas que vão-se sucedendo, até, a partir de determinado ponto aparecer a imagem real de quem está falando, em sincronismo com o áudio. Outro exemplo: o close de um personagem com olhar preocupado, perdido no horizonte, olhando fixadamente ao longe; surge então o ruído de um avião durante alguns segundos, para só então surgir a imagem correspondente ao mesmo. Chama-se assim a atenção para o pensamento do personagem, ligado ao desenrolar da cena seguinte.

O outro tipo de split edit é o que faz aparecer primeiro a imagem da cena seguinte e somente após alguns segundos também o áudio dessa cena. Um exemplo frequente ocorre nos noticiários da TV, onde o apresentador no estúdio inicia sua fala, ainda com sua imagem aparecendo, para, logo a seguir, surgirem as cenas relacionadas à notícia, porém sem áudio próprio: ainda ouve-se o áudio do apresentador narrando o fato. Algum tempo depois, o apresentador interrompe sua fala e surge o áudio da cena da notícia, sincronizado com a respectiva imagem.

O efeito, quando não ao vivo (como no exemplo acima), pode ser construído facilmente durante a fase de edição-não-linear, deslocando-se e substituindo-se cenas na timeline.<