(cartão P2) nome do cartão de memória utilizado em diversas câmeras da Panasonic para registrar as imagens gravadas, em substituição à tradicional fita. A primeira câmera a utilizar essa tecnologia foi a Panasonic AJ-SPX800, voltada para o segmento profissional, lançada em 2004 e gravando nos formatos DV, DVCPRO e DVCPRO50, em cartões de 2 ou 4Gb. Nos cartões de 2Gb era possível gravar 8 minutos nos formatos DV ou DVCPRO (DV25) e 4 minutos no formato DVCPRO50 - a câmera apresentava 5 slots (aberturas para encaixe) para o uso de até 5 cartões, aumentando o tempo total para 40/20min. respectivamente. Em 2005, com o lançamento do cartão de 8Gb os tempos totais acima dobraram. Nesse mesmo ano foi lançada a câmera AG-HVX200 destinada ao segmento semi-profissional, gravando no formato DVCPRO HD com 2 slots para cartões P2, além de gravar também no cartão nos formatos DVCPRO50 e DVCPRO. Adicionalmente a câmera trazia um compartimento para fita, somente para os formatos DV / DVCPRO.

O uso do formato high definition (HD) DVCPRO HD no segmento semi-profissional foi possível através da gravação nos cartões de memória, já que os mecanismos e sistemas de fita para gravação em alta densidade (DV100 no DVCPRO HD, utilizado por exemplo na câmera profissional Panasonic Varicam) eram extremamente custosos para este segmento.

O cartão P2 é na verdade formado por 4 cartões menores, do tipo flash memory SD, montados em uma estrutura metálica de alumínio onde cada cartão fica lado a lado, formando uma matriz 2x2. Os cartões são interconectados, tornando-se um espaço único de armazenamento. Assim, o primeiro cartão P2 lançado com a câmera, de 2Gb, era na verdade formado através de 4 cartões de 500Mb interconectados. O cartão de 4Gb, por 4 cartões de 1Gb, o de 8Gb por 4 cartões de 2Gb, o de 16 por 4 cartões de 4Gb e assim por diante, com novos cartões com maior capacidade sendo lançados à medida que cartões de memória SD tornam-se capazes de armazenar mais dados.

A figura abaixo mostra um cartão P2:

Como memória sólida, sua estrutura metálica é robusta e resistente a limites extremos de temperatura ou choques físicos (até 15 vezes a força da gravidade), suportando até 100.000 regravações. Cartões de memória do tipo solid-state como o P2 são também resistentes a variações de temperatura, umidade, condensação (situação comum em câmeras que trabalham com fita quando deslocadas entre ambientes com temperaturas muito diferentes), vibração, campos magnéticos, raios-X, poeira e outros elementos potencialmente danosos para fitas ou discos HD / ópticos.

Um dos atrativos da tecnologia de gravação em memória, como ocorre também em câmeras destinadas ao segmento consumidor gravando em outros formatos como o MPEG2 por exemplo, é a ausência de partes móveis (como os requeridos para acionar discos ou fitas), permitindo, além da operação silenciosa, o início imediato da gravação. A tecnologia P2 permite modos de operação impossíveis com fita, como por exemplo a gravação contínua em loop: ao preencher totalmente o cartão, a câmera pode ser instruída (via opção de menu) a continuar gravando e sobrepondo o conteúdo anteriormente gravado, função útil como câmera auxiliar em coberturas de esportes e determinados tipos de notícias e eventos.

Câmeras P2 possuem mais de 1 slot para encaixe do cartão P2, permitindo que um deles possa ser retirado para ser descarregado enquanto a gravação prossegue, sem perda de frames (quadros), de modo automático, no outro cartão. Essa função (denominada hot swappable) permite a gravação contínua, o que não é possível em câmeras com fita, uma vez que a gravação não necessita ser interrompida para troca da mídia.

Podem ser usados na forma plug-and-play em laptops ou desktops (através de um PC card slot), possibilitando acesso instantâneo às imagens para edição - são reconhecidos como drives virtuais pelos sistemas de edição-não-linear, como se fossem HDs externos conectados ao computador.

A figura acima mostra um cartão P2 sendo inserido na câmera AG-HVX200.