termo aplicado a baterias do tipo níquel-cádmio (NiCd). No processo de descarga normal e gradual que acontece enquanto a bateria está sendo utilizada pela câmera, ocorre uma pequena queda abrupta na voltagem fornecida pela bateria, próximo ao ponto em que quase não resta mais nenhuma carga. A câmera interpreta esta queda como sinal de que a energia fornecida pela bateria chegou ao fim e a desliga automaticamente.

O problema ocorre quando esta queda vai pouco a pouco deslocando-se do ponto onde quase não resta mais nenhuma carga para pontos onde a bateria ainda está começando a ser descarregada. A câmera passa a desligar-se nestes pontos, ou seja, com a bateria ainda carregada: é o chamado efeito memória. O termo memória originou-se de um fenômeno semelhante (queda abrupta da voltagem com a bateria ainda carregada) que ocorria com baterias deste tipo instaladas em satélites; estas, sofriam um processo cíclico de carga-descarga, onde o tempo de carga era sempre o mesmo e sempre igual ao de descarga. A NASA verificou que as baterias de alguma forma 'lembravam' o ponto até onde tinham sido descarregadas, porque a partir deste ponto, mesmo ainda com carga, ocorria a queda de voltagem. Na realidade a utilização de baterias em câmeras de vídeo nada tem a ver com esta forma cíclica repetida de carga-descarga em tempos iguais dos satélites e o problema aqui também ocorre, mas por outra razão - embora tenha-se herdado o nome deste fenômeno nos satélites.

A segunda causa deste efeito - e a que ocorre com as câmeras de vídeo - é acarretada por uma carga que se prolongou além do tempo necessário, ou seja, o cuidado que se deve ter é não deixar baterias deste tipo no carregador além do tempo necessário para que se complete a carga (geralmente os carregadores possuem luzes indicativas de término de carga e alguns modelos de carregadores desligam-se automaticamente ao término deste processo - evitando o efeito - como carregadores de telefone sem fio p.ex). Se a bateria for mantida no carregador em funcionamento, o mesmo começará a provocar mudanças químicas na estrutura da mesma (mudando o hidróxido de níquel de sua forma de cristais 'beta'- que produz mais energia - para sua forma de cristais 'gama' - que produz menos energia), fazendo com que estas partes passem a enviar corrente durante o uso com uma voltagem menor. Assim, uma bateria que fornece 8 Volts passa p.ex. a ter partes da mesma descarregando a 7,5 Volts; quando, durante o uso, o processo de descarga atinge estas partes, a câmera interpreta a queda de voltagem como "bateria descarregada" e se desliga automaticamente. O efeito memória também pode ocorrer se uma bateria de NiCd, do tipo não apropriado para carga rápida, for colocada em um carregador deste tipo.

Uma vez ocorrido o problema, a bateria pode ser recondicionada (recuperando-se sua estrutura química original) descarregando-a quase que totalmente e tornando-a a carregá-la. Porém este procedimento não deve ser efetuado sempre a cada utilização e sim esporadicamente, sob pena de encurtar o tempo de vida útil da bateria.

Alguns fabricantes vendem baterias NiCd do tipo 'no-memory' - na realidade, estas baterias fornecem uma voltagem ligeiramente superior (não suficiente para prejudicar a câmera) na tentativa de 'enganar' o circuito protetor da câmera - porém muitas ainda assim continuam sujeitas ao fenômeno, se mantidas no carregador durante muito tempo. Outros modelos possuem um microchip instalado na bateria para impedir a carga além do tempo necessário. Outro cuidado com este tipo de bateria (que também evita o efeito memória) é não descarregá-la completamente antes de uma nova recarga (o processo de refresh, presente em alguns carregadores, atende esta observação, porque efetua a descarga da bateria, mantendo porém um mínimo de voltagem na mesma - cerca de 1V - antes de iniciar a nova recarga)