o ambiente na praia traz diversos riscos para o equipamento de videoprodução: além da água marinha (efeito prejudicial da água aliado à característica altamente corrosiva da mesma), a areia (cujos finos grãos, podem penetrar nas fendas e orifícios do equipamento atingindo seu interior), a brisa (normalmente carregada de micropartículas de sal e areia), o ar marinho (carregado de humidade formada por água salgada), a luz forte do Sol aberto e o calor intenso (mesmo em alguns dias com céu nublado). E o equipamento mais afetado por estas condições adversas é a câmera, devido a sua parte eletrônica e seus delicados mecanismos internos.

Nesta situação, principalmente devido à brisa e à humidade do ar, o mais indicado é usar proteção total para a câmera, que a vede completamente: um simples saco plástico, colocado de cima para baixo, que pode ser suficiente para proteger da chuva, não é eficiente na praia, pois as partículas nocivas poderão penetrar pela parte inferior da proteção, levadas pelo vento e o próprio contato físico com as mãos durante a manipulação do equipamento. Existem protetores flexíveis (sacos plásticos resistentes, com um vidro circular na ponta, próprio para encaixe da objetiva e que podem ser completamente vedados) e os rígidos, no caso os estojos destinados a gravações submersas.

Quando a câmera é colocada em uma proteção deste tipo, uma das primeiras consequências é a diminuição (abafamento) do som captado pelo microfone embutido da mesma. Existem no entanto algumas possibilidades para solucionar o problema: utilizar um microfone externo, ligado à conexão para microfone externo da câmera (nem todas possuem esta conexão). Esta solução é indicada para a proteção do tipo flexível, exigindo no entanto que se vede a entrada do cabo na proteção, que não poderá ser totalmente lacrada, além, é claro, de não permitir gravações submersas. Outra opção é utilizar proteção flexível que traga naturalmente esta conexão ou então adaptar uma, efetuando um orifício no plástico, passando o fio pelo mesmo e vedando-o a seguir com silicone. Alguns estojos do tipo rígido possuem esta conexão e outros podem trazer já embutido no mesmo um microfone adaptado para gravações subaquáticas, que funcionará também fora da água.

No caso de se utilizar um microfone externo, deve-se prever outra característica típica das praias: o vento. O som grave do ruído do atrito do vento com o microfone pode ser reduzido eletronicamente (algumas câmeras possuem um filtro específico para isso acionado através de opções de menu) e/ou através de proteções colocadas sobre o microfone (chamadas windscreen, confecionadas em espuma ou tecido felpudo).

A luz e o calor intensos devem ser evitados sempre que possível, protegendo o equipamento sob guarda-sóis ou outro tipo de sombra.

Deve-se ficar atento também à formação de condensação de umidade no equipamento, situação esta que pode ocorrer tipicamente na praia ao se deslocar os materiais rapidamente de um local muito frio (carro com ar condicionado ligado, quarto de hotel, p.ex.) para a praia.

Ao retornar das gravações efetuadas na praia, colocar o estojo, ainda sem abrí-lo, debaixo de água corrente doce, para retirar as partículas de sal e areia aderidas em sua parte externa. Uma dica é utilizar detergente comum neste momento, para retirar a gordura e sujeira.