é frequente a ocorrência de situações, no trabalho com a montagem de refletores, onde ao serem todos ou uma certa quantidade deles ligados ao mesmo tempo há a queima de um fusível ou o desarme de um disjuntor. No entanto, é possível prever-se esta situação antes de conectar os refletores às tomadas. As instalações elétricas são montadas normalmente em ramais que partem de um mesmo ponto de entrada, o distribuidor geral, conhecido como DG. Em um edifício comercial ou residencial, a partir do DG partem fios (os ramais) que se direcionam para cada uma das salas / recintos. Dentro de uma mesma sala / recinto, existem uma ou mais tomadas, todas elas conectadas normalmente entre si e ligadas ao mesmo ramal que procede do DG. Em alguns casos, mais de uma sala / recinto podem estar conectados ao mesmo ramal. No DG, além de uma chave geral, existe uma chave individual para cada circuito, que permite que o mesmo seja desligado de maneira independente dos demais. Ocorrendo uma sobrecarga elétrica em algum desses ramais, existem dispositivos preventivos que cortam a eletricidade para impedir a ocorrência de consequências como incêndios e queima de aparelhos por exemplo. Entre estes dispositivos, estão o fusível e o disjuntor. O fusível, como o próprio nome sugere, nada mais é do que um trecho de fio muito pouco resitente ao calor, colocado em um invólucro isolante de porcelana. A passagem de corrente elétrica gera calor, que é tanto maior quanto maior a intensidade da corrente. Na situação de sobrecarga, o calor gerado esquenta muito os fios comuns, porém não a ponto de derretê-los. O mesmo não ocorre com o fio existente dentro do fusível, propositadamente muito sensível a esse calor gerado: o mesmo derrete-se rapidamente, e com isto, interrompe a energia no ramal inteiro.

Fios mais grossos são mais resistentes ao aquecimento do que fios mais finos. Estes e outros fatores são levados em conta quando um circuito elétrico é projetado, determinando-se assim que em determinado ramal a intensidade máxima da corrente admissível, sem causar o risco de sobreaquecimento, incêndios e outros problemas, é x. O fio existente no interior dos fusíveis é projetado para derreter-se a partir de determinado valor de intensidade de corrente elétrica. Assim, para o ramal em questão, determina-se que o fusível indicado deve ter valor máximo de corrente igual a x, daí a origem de expressões como "fusível de 15A", "fusível de 30A", etc.., onde "A" é a medida da intensidade da corrente (Amperes).

Atualmente, em substituição aos antigos fusíveis (que tinham que ser repostos após uma queima) existem dispositivos chamados disjuntores, que fazem o mesmo papel dos fusíveis: uma chave que desliga automaticamente na ocorrência de corrente acima de determinado valor (diz-se que o disjuntor "caiu"), mas que pode ser religada a seguir.

Assim, se um fusível queima ou um disjuntor cai ao serem ligados os refletores em questão, não adianta trocar o fusível por outro de igual valor ou então religar o disjuntor: haverá nova queima / queda ao serem ligados novamente os refletores. Por outro lado, a troca por um fusível de maior valor não é indicada, pois coloca em risco o ramal elétrico fazendo com que o mesmo passe a suportar uma corrente acima do valor máximo para o qual foi projetado.

Qual então, deve ser a solução neste caso? A dica é usar um cabo de extensão e ligar parte das luzes em um outro ramal (outra sala / recinto); assim, cada ramal estará suportando uma carga menor em relação à carga antes suportada.

E existe uma forma simples e rápida de efetuar o cálculo da corrente máxima gerada pelos refletores todos ao serem ligados. Uma fórmula simples da Física diz que a corrente (medida em Amperes) é a potência (medida em Watts) dividida pela voltagem (medida em Volts). Como exemplo, um refletor de 300W ligado em uma tomada de 110V vai consumir 2,7A porque 300 dividido por 110 dá 2,7. Podemos arredondar esse número para mais - o que é até uma garantia adicional e chegar ao número 3A.

Assim, a fórmula pode ser simplificada na seguinte regra básica: para 110V, basta dividir a potência dos refletores por 100 para saber a amperagem. No exemplo, 300W dividido por 100 dá 3A. Se por outro lado, a voltagem do local é de 220V, dividir novamente a seguir por dois: 3A dividido por dois dá 1,5A. Este é o valor da corrente consumida pelo refletor. Se forem mais de um, somar a potência (W) de todos eles antes de dividir por 100. A seguir, tendo-se este número, deve-se verificar no DG, para o ramal no qual as luzes serão ligadas, qual a intensidade máxima de corrente permitida, verificando-se o valor do fusível instalado na chave corrrespondente ou o valor do disjuntor correspondente.