A linha do tempo do cinema tem seu início nas primeiras décadas do século 19, quando alguns aparelhos para mostrar imagens em movimento foram criados. São dessa época máquinas com nomes estranhos, como Phenakistoscope, Stroboscope, Zoetrope e outros, que criavam a ilusão do movimento ao exibir pequenas sequências de desenhos com ligeiras variações entre eles, por exemplo o de um cavalo galopando. Era o início da longa linha do tempo que iria chegar, um dia, nas salas de cinema 3D.

O Zoetrope existe até hoje, sob a forma de instalações, em diferentes lugares do mundo: o video-artista norte-americano Bill Brand fez uma instalação dessas em 1980, em uma plataforma desativada dentro de uma estação do metrô novaiorquino no Brooklin. Ao invés do cilindro com figuras desenhadas em seu interior e com fendas na parte superior para permitir a observação das imagens, Bill construiu um extenso painel ao longo da plataforma, com dezenas de fendas e, atrás delas, colocou desenhos que, vistos de dentro dos trens em movimento davam a impressão de animação.

Seguem-se experiências como a do cavalo pelo inglês Muybridge, nos EUA, possibilitando resolver o enigma sobre como era o galope desses animais, se em algum momento todas suas patas ficavam no ar. Muybridge colocou diversas câmeras fotográficas alinhadas com o percurso do cavalo, que eram disparadas por um mecanismo ativado pelas patas do animal.

Nessa época essas experiências destinavam-se a resolver problemas científicos, ninguém pensava em entretenimento... o movimento de músculos foi assim um dos primeiros a serem estudados pela fisiologia. Depois, o movimento do vôo dos pássaros e o do caminhar dos seres humanos.

Até que, em 1888 tem-se o registro do primeiro filme da história ou, pelo menos, o primeiro que sobreviveu e pôde ser documentado e restaurado: um "curtíssima-metragem"; com pouco mais de 2 segundos, filmado a 12qps, que mostrava quatro pessoas caminhando em um jardim em Leeds, na Inglaterra.

Nessa época, Thomas Edson, nos EUA, havia construído o Kinetoscope, uma máquina de exibição de filmes, mas não como a conhecemos hoje, em formato de projetor e sim uma grande caixa com um visor em sua parte superior, por onde as pessoas olhavam para ver o filme.

O Kinetograph foi a câmera desenvolvida para registrar essas imagens, e pela primeira vez utilizou o famoso 35mm. Um outro inventor daria mais um passo no desenvolvimento do cinema, literalmente tirando o da caixa e levando-o às paredes: o americano Charles Francis Jenkins e seu Phantoscope com o qual fez a primeira projeção de cinema da história em um pequeno auditório em Indiana.

Surge então na história do cinema a presença de dois irmãos franceses, os irmãos Auguste e Louis, que aperfeiçoaram o Phantoscope.

Uma das primeiras melhorias foi a introdução das perfurações para controle mais preciso do processo de pausa e avanço da película. O aparelho, denominado Cinematógrafo tinha um duplo papel: era, ao mesmo tempo câmera e projetor tendo sido patenteado em 1895. Com ele, filmaram cenas da saída de trabalhadores da fábrica Lumiére, entre outros temas, e fizeram a primeira projeção comercial da história, em um café parisiense, mostrando 10 pequenos filmes, cada um com duração pouco menor do que 1 minuto.

Mas os filmes não precisavam ser um documentário da realidade e o ilusionista francês Méliès percebeu isso, sendo um dos primeiros a enxergar a possibilidade que o cinema trazia para a realização de diversos truques. Um dos seus mais conhecidos filmes é Uma viagem à Lua, com a famosa cena do foguete atingindo um dos olhos do satélite da Terra. A história de Melies foi retratada em 3D por Martin Scorsese como parte do roteiro do premiado filme A Invenção de Hugo Cabret, homenageando-o como pioneiro dos efeitos especiais.

Edson, Lumiére e Melies ajudaram, cada um a sua forma, a trazer para o mundo o registro, real ou ficcional, das imagens em movimento. Muitos outros criadores, centenas deles, surgiram no decorrer dos anos, cada um contribuindo com algo para o desenvolvimento do cinema. A história continua, com o cinema digital abrindo cada vez novas e maiores possibilidades na chamada sétima arte.