O mundo, em constante evolução, cria novas técnicas a todo instante. Mas essa criação, embora possa ser fruto de vislumbres ocasionais de pesquisadores, na maioria dos casos passa por pesquisas envolvendo muito tempo e dinheiro. Esse investimento é bancado por empresas em busca de competição esperando-se o retorno quando os produtos atingem o mercado.

O preço inicial de mercado dessas inovações não pode ser muito baixo para que não impeça o retorno rápido do investimento. Por esse motivo, essas inovações aparecem primeiro em produtos destinados a grandes empresas e investidores em tecnologia de ponta. O que significa, no caso da videoprodução, os ambientes de grandes produtoras e emissoras de televisão.

Os exemplos são vários: o uso de 3 sensores nas câmeras de vídeo (3 CCDs) era exclusividade de equipamentos do segmento profissional. Posteriormente essa forma de captação das cores passou a aparecer também em diversas câmeras do segmento semi-profissional, notadamente as empregadas para registro de eventos, vídeos empresariais e outros. Foi nessa época que o sensor CMOS tornou-se viável em qualidade, comparando-se ao CCD, surgindo câmeras com 3 CMOSs para esse segmento. Ainda mais para frente na linha do tempo, o recurso dos 3 sensores passou a ser, não raro, empregado também em câmeras de uso doméstico, visando o usuário hobbista avançado.

Em seguida, vimos o "crescimento" físico do sensor CMOS, com quantidade imensa de pixels e sua tecnologia de processamento de sinais empregando técnicas não possíveis nos CCDs, permitindo a volta do emprego de somente 1 sensor (e não 3), e ainda assim garantindo excelente resolução de cor. Estes sensores especiais surgiram em câmeras de cinema digital e nas DSLRs (Digital Single Lens Reflex), destacando-se os de tamanho físico idêntico ao dos frames dos negativos, característica que trouxe a tão desejada - pelos fotógrafos - possibilidade da pouca profundidade de campo obtida com mais facilidade do que com as câmeras tradicionais.

Outro exemplo é o uso de lentes intercambiáveis, o que se traduz pela possibilidade de troca das objetivas na câmera. Essa característica sempre foi amplamente empregada em fotografia profissional, e também cinema e vídeo do mesmo segmento. Mas raros eram os exemplos em equipamentos destinados a outros tipos de público. Esse item vem mudando nos últimos anos, embora não em tão grande escala nos equipamentos de vídeo, devido ao sempre alto custo das lentes - algo nunca barato de ser fabricado, em uma indústria que exige muita precisão e qualidade óptica, resultando em altos custos de produção.

Mas de tempos para cá surge com mais força no segmento de DSLRs que gravam vídeos, por trazer embutido em seu bojo o costume de fotógrafos utilizadores desses equipamentos comprarem lentes com características diversificadas.Se quisermos saber o que surgirá nas câmeras populares de vídeo nos próximos anos, basta olhar para o que existe hoje nas câmeras profissionais - muitas tecnologias ali empregadas serão barateadas e simplificadas, ganhando escala para serem reproduzidas nesses equipamentos.