O CCD, e mais ainda, seu concorrente atual direto, o CMOS, são resultado da tecnologia de miniaturização; sem essa tecnologia os computadores não poderiam hoje existir. Aliás, ambos nasceram não como sensores de imagem e sim como componentes eletrônicos de memória. A descoberta de tecnologias melhores para armazenamento de dados, como o EEPROM (Electrically Erasable Programmable Read Only Memory) fez com que esses chips se tornassem obsoletos para essa função.

Algum tempo mais tarde, Boyle e Smith, dos laboratórios Bell, precisavam encontrar algo para armazenar as cargas elétricas que se formavam em um painel que haviam acabado de inventar. Esse painel, composto por dezenas de minúsculas células fotoelétricas, organizadas na forma de um mosaico regular (linhas, colunas), destinava-se a registrar imagens projetadas sobre ele, na tentativa de se criar um "filme fotográfico eletrônico". Testaram então alguns componentes eletrônicos de memória, como o CCD e o CMOS. Até então, esses nomes significavam apenas isso, circuitos de memória. O CCD saiu-se melhor na função, foi adotado e um tempo depois era comercializado o primeiro chip sensor de imagem, pela Fairchild Semiconductor, com 100 x 100 pixels...

Com o tempo, como CCDs não eram mais utilizados em computadores e haviam passado a integrar esses sensores de imagem, o termo passou a abranger o sensor todo, ou seja, CCD = sensor de imagem.

Surgiram então, com o passar dos anos, diversos tamanhos de CCDs, com quantidade cada vez maior de pixels, como 2/3 pol. (medida na diagonal), 1/2 pol., 1/3 pol., 1/4 pol., 1/6 pol.. Aqui, vale a regra "menos nem sempre é mais". Tamanhos maiores de CCDs produzem imagens opticamente melhores - câmeras profissionais possuem, entre outros motivos, diâmetro de objetiva bem maior do que as destinadas ao segmento consumidor. Por outro lado, CCDs menores podem ter maior quantidade de pixels do que CCDs maiores, geralmente mais antigos. Quanto maior a quantidade de pixels, maior a resolução da imagem. Porém, quanto menores esses pixels, menor a sensibilidade da câmera. Essas características todas, somadas a outras aqui não mencionadas (como o formato de vídeo utilizado) levam à conclusão de que as características dos CCDs somam-se às diversas características da câmera para determinar a maior ou menor qualidade da imagem gerada.

Uma aplicação desse princípio pode ser encontrada por exemplo na câmera AG-HVX200 da Panasonic. À primeira vista, seus 3 CCDs com 960 x 540 pixels cada um não seriam capazes de produzir imagens com 1280 x 720 pixels (modo 720p) ou 1440 x 1080 pixels (modo 1080p). No entanto, a tecnologia de deslocamento espacial dos CCDs (Advanced Progressive Technology - A.P.T.), incluída no site nesta edição, permite isso. Ou então no modo Frame Movie (Panasonic / Canon), onde uma leitura diferenciada das linhas do CCD somada à tecnologia horizontal pixel shift também permite aumento na resolução dos CCDs.

Assim, a quantidade de pixels do CCD é somente parte, de um todo maior que iclui diversas outras características da câmera, e assim deve ser vista.