O DVD-Video chegou nas prateleiras em 1997 e durante alguns anos foi pouco a pouco superando em vendas as fitas VHS, até dominar quase que completamente o mercado. As locadoras timidamente ofereciam um pequeno espaço para os poucos títulos disponíveis e ainda muitas vezes ofereciam o aluguel do player para que seus usuários conhecessem a novidade. E o mercado pouco a pouco vislumbra no horizonte uma nova mudança de cenário, onde agora o DVD-Video passaria a ocupar o papel da já quase extinta fita VHS. Falamos dos novos discos de alta definição Blu-ray e HD-DVD, cujos players começaram a ser vendidos pela Philips e Sony (Blu-ray) e Toshiba (HD-DVD).

Esses novos discos, capazes de armazenar material em alta definição, utilizam uma versão melhorada do padrão MPEG4 - ao invés do MPEG2 do DVD-Video. Mais flexível, eficiente e econômico em taxas de transmissão de bits, o MPEG4 é capaz de armazenar e trabalhar bem com a quantidade de dados exigida pelos formatos HD. A versão em questão é o AVC - Advanced Video Coding - ou H.264 ou ainda MPEG4 Part-10.

O AVC / H.264 é também o padrão de codificação do sistema HDTV, o ISDB-T, a ser adotado no Brasil (o padrão de modulação escolhido, o japonês ISDB, utiliza originalmente compressão MPEG2).

E é também utilizando AVC / H.264 para criar sinais HDV em discos DVD graváveis que Sony e Panasonic lançaram o formato AVCHD. Como cada vez mais e mais países entram na era HD com transmissões desse tipo e cada vez mais pessoas nesses países compram TVs HD, essas empresas visualizaram a exploração de um nicho de mercado cada vez maior: o dos usuários domésticos que querem ter também suas imagens familiares exibidas em HD. Esse foi também o objetivo inicial da criação do formato HDV (posteriormente extendido ao segmento semi-profissional), mas o AVCHD é voltado para o usuário alheio a operações mais complexas do que conectar sua câmera ao televisor e desfrutar das imagens HD em sua sala. Assim, ele tem um paralelo com as câmeras atuais que gravam em discos DVD de 8cm, também voltadas para o mesmo tipo de público.

O MPEG4 comprime ainda mais as imagens do que o MPEG2, e se este já apresenta dificuldades para edição (contornadas com praticamente 100% de êxito somente no formato HDV), o novo formato parece destinado a cumprir papel prioritariamente de exibição de imagens, função onde se sai muito bem aliando qualidade a pouco volume de informação. Isso sugere o motivo do lançamento do formato AVCHD para câmeras de disco óptico, voltadas para um público que deseja assistir rapidamente o material gravado, sem editá-lo, conectando a própria câmera ao televisor (ou utilizando um futuro player HD que aceite esse formato, possivelmente os players das mídias HD-DVD / Blu-ray).

O cenário, enfim, vai sendo preparado para o upgrade SD - HD, o que no entanto não deve ocorrer em um espaço curto de tempo.