Todo mundo tem em casa, na estante da sala, no armário do documentos ou esquecidas em alguma gaveta do quarto: fotos antigas da família. Espalhadas, arrumadas em envelopes ou arquivadas em caixas ou álbuns, trazem geralmente sensações agradáveis a cada nova arrumação da casa. Mas, talvez, você nunca tenha pensado que pudesse compartilhar essas lembranças com seus amigos e sua família, de uma forma atraente e divertida: gravá-las em um vídeo. E, mais do que isso, ao invés de registrar somente as imagens das fotos, criar um programa interessante que, além dessas imagens, trouxesse opiniões, lembranças e depoimentos das pessoas envolvidas.

Um vídeo que pode ser feito em casa, nas horas vagas do trabalho, com os recursos disponíveis, desde que se tenha à mão uma câmera e um micro para edição. Não há necessidade de grandes investimentos: afinal, seu objetivo é familiar, não a comercialização ou a qualidade técnica impecável.

Para começar, é claro, temos que separar as fotos. Não se preocupe com seus diferentes tamanhos, separe tanto aquela pequena (porém significativa) foto 3x4 do seu avô quanto aquela ampliação grande com toda a turma da colação de grau. A preocupação aqui deverá ser o tema da sessão de fotos: relembrar toda a família, cronologicamente, ou então destacar apenas um dos ramos da árvore genealógica, ou então acompanhar somente determinada pessoa, desde as primeiras fotos até hoje, ou ainda concentrar-se em algum evento importante, como um casamento antigo e os personagens envolvidos.... as possibilidades são muitas.

Separadas as fotos, o próximo passo é ordená-las, como se fôssemos contar uma história utilizando-as como ilustração. Feito isso, é hora de montar os equipamentos necessários. Em primeiro lugar, é altamente aconselhável o uso de um tripé, para colocar a câmera e apontá-la para as fotos. Aqui, algumas opções: as fotos podem ser colocadas sobre uma mesa, e, com o tripé aberto, incliná-lo em direção à mesma, de forma que duas de suas pernas encostem na mesa e a terceira fique sem apoio, com a câmera apontando para baixo. Embora aparente instabilidade, é um truque que funciona. Outra opção é colocar as fotos em um suporte para letras de música ou mesmo improvisar com livros algo parecido sobre uma mesa, perto de sua borda. O importante é, em todos os casos, que a câmera aponte sempre para a foto de maneira perpendicular à sua superfície, para evitar distorções na imagem.

A seguir, a iluminação: sempre atingindo a superfície da foto de maneira oblíqua, para evitar reflexos. Se possível, use duas fontes de luz, uma de cada lado da foto, inclinadas em ângulo de 45 graus cada uma em relação à superfície da foto. Neste tipo de trabalho, até simples abajoures funcionam, basta efetuar o balanceamento do branco na câmera. Ou até mesmo não fazê-lo: a tonalidade amarelada da luz incandescente pode ser escolhida para significar antiguidade, se for desejada essa sensação ou esta abordagem estética. O enquadramento é importante, facilitado pela caracterísica de focagem macro (com o zoom totalmente em Wide) existente na maioria das câmeras. Dependendo do tamanho da foto, é possível utilizar um pouco de ajuste Tele no zoom e "passear" pela foto, sem a necessidade de mover nem a câmera nem o tripé - estamos supondo um trabalho doméstico e tentando mostrar que pode ser bem feito até mesmo com o mínimo de recursos. Para se conseguir isto, basta deslocar a foto para os lados, entre uma tomada e outra, e/ou ajustar o zoom.

Grave foto por foto, mantendo a câmera registrando a imagem por alguns segundos - o controle remoto ajuda a evitar trepidação no momento de ligar e desligar a câmera. Imagine durante esse momento o que se comentaria sobre a foto, para calcular aproximadamente o tempo dedicado a cada uma. Cartazes com dizeres, datas, comentários, ingressos utilizados, folhetos, etc.., podem enriquecer o trabalho, acrescidos entre as fotos, desde que bem legíveis.

Terminada a captura, é hora de levar o trabalho para o micro. Lembre-se, seu trabalho não será julgado por especialistas da área!! Como foi dito, o objetivo aqui é bem diferente... O áudio pode ser criado de várias maneiras: com músicas antigas, da época, ou atuais, vindas das mais diversas fontes, CDs, fitas cassete antigas, discos antigos ou Internet - por ser um trabalho para uso doméstico, não há necessidade de preocupar-se com direitos autorais das músicas. É interessante também trazer algumas pessoas envolvidas para comentar as fotos - ou levá-las até elas e gravar seus comentários ao olhar algumas fotos. Como gravador, pode ser utilizada a própria câmera - a objetiva pode até permanecer tampada. Assim, todo o material ficará reunido em uma só fita, facilitando ainda mais a captura para o micro. Não é necessário gravar depoimentos longos: somente alguns trechos pequenos ou frases serão aproveitados na edição, pois o objetivo é que o resultado final fique mais parecido com um videoclipe do que com um documentário, ou então mais parecido com um vídeo institucional com 10 a 15 minutos no máximo. E, no momento da autoração, é bom gravar mais de uma cópia do DVD gerado.

Você perceberá como será divertido e gratificante, após ocupar um feriado ou final de semana dedicado a esse trabalho, ver seus "telespectadores" divertindo-se encantados com essas lembranças. É possível sim, dar vida nova àqueles álbuns e fotos espalhadas raramente vistas, exibindo-as no aparelho de TV da sala. Bom trabalho!