Os almanaques de jogos e curiosidades costumam ter, entre outros exercícios, o conhecido labirinto. Com um lápis ou caneta, segue-se o traçado através de diversos e intrincados "corredores", com curvas, entroncamentos e muitas "ruas sem saída". No entanto, sempre uma delas chegará a seu destino: a saída do labirinto, a resolução do problema. Em videoprodução, assim como em muitas outras áreas, podemos pensar também na existência frequente de labirintos nas tarefas do dia a dia. Na realidade, um labirinto um pouco diferente: com uma entrada e diversas saídas, todas chegando ao mesmo lugar.

Frequentemente nos deparamos com problemas a serem resolvidos; e também frequentemente, acabamos entrando por uma das "ruas" desse labirinto, à procura da saída, mas a saída parece nunca exatamente existir. Gastamos às vezes muito tempo nessa procura, insistindo sempre no mesmo caminho, apenas mudando uma coisa aqui, outra lá. Ficamos de certa maneira presos ao mesmo caminho escolhido inicialmente, apenas tentando solucionar algo na ponta do mesmo. E muitas dessas vezes o caminho ou terá uma saída muito complexa e trabalhosa ou mesmo acabará na famosa placa "rua sem saída", isso após tempo e energia dispendidos em movimentações quase sem sair-se do lugar de fato.

O que se pretende é propor para que mais de uma rota seja sempre considerada. Nesse nosso labirinto, várias rotas levam ao mesmo lugar, a saída, no entanto, uns mais facilmente do que outros. Tome-se por exemplo um conhecido problema, o do contraste entre luz e sombra. Uma pessoa sentada em uma mesa de um bar à beira da praia, sendo fotografada de modo a que o mar por trás dela componha o fundo da cena. A pessoa em questão está sob o telhado do bar. De duas uma: ou a pessoa ficará subexposta, ou o mar ao fundo superexposto.

A primeira alternativa é então desprezar a exposição correta para um desses elementos, normalmente o fundo, que ficará superexposto. Outra alternativa é apelar para o meio termo: fechando-se um pouco a íris, de modo a clarear o rosto da pessoa e escurecer o fundo. Nenhum dos dois agora está exposto de maneira ideal, mas pode ser uma situação aceitável. Por outro lado é possível voltar ao início do labirinto e tomar um caminho completamente diferente: desistir da idéia original, excluindo o fundo claro, deslocando a posição da câmera, de forma que uma parede interna do bar seja agora esse fundo. Ou então, subir o nível de iluminação da pessoa, com emprego de um refletor direcionado ao seu rosto. Ou ainda, se praticável, aguardar uma hora do dia onde esse contraste seja menor, ou pela posição do Sol - início, fim de dia - ou pela passagem de nuvens, se este for o caso. Pode-se ainda subir a câmera e enquadrar a pessoa de cima para baixo, outra forma de excluir o fundo claro. Ou colocar a pessoa sob o Sol e empregar um rebatedor para suavizar sombras excessivas. E o leitor certamente proporá algumas - muitas outras - soluções.

A iluminação para o efeito croma-key pode ser feita de diversas formas, com várias opções de posicionamento dos refletores, fundo e pessoa a ser gravada. A luz de câmera, ao invés de colocada exatametne sobre a mesma, pode ser deslocada lateralmente, com auxílio de um suporte, para conferir um pouco de profundidade ao rosto fotografado. O som pode ser captado de inúmeras formas. E assim, em vários outros ítens, o mesmo problema / solução se aplica: devemos ter fluidez de raciocínio para investigar rapidamente as várias opções frente a um problema, seus custos / benefícios, dificuldades de implementação e os resultados obtidos. Agindo assim, poderemos tornar o trabalho mais eficiente e com isso trazer como retorno uma maior qualidade final.