Talvez os primeiros conectores que tenham surgido tenham sido os de eletricidade, um raciocínio um tanto fácil, uma vez que o primeiro sinal elétrico da história com certeza não alimentava computadores nem câmeras de vídeo, nem telefones nem tvs a cabo. E, ao longo do tempo, diversos tipos e modelos foram sendo criados, inicialmente tentando corrigir falhas, depois pensando-se previamente em aprimoramentos. Padronização é algo que com certeza não faz parte desse meio: se você pensa que as conhecidas tomadas elétricas resumem-se aos tipos 2 pinos redondos e 2 pinos chatos, saiba que existe mais de uma dúzia de layouts dessas tomadas espalhadas pelo mundo, totalmente incompatíveis umas com as outras. Quem viaja com frequência para fora, principalmente para países que não os EUA sabe disso.

Para que serve um plug ou conector? Bem, sem ele, não teríamos - pelo menos de forma fácil - como conectar um cabo elétrico a algum aparelho qualquer. Isso já pressupõe a existência de um par de conectores, um deles no aparelho (geralmente conhecido como fêmea) e outro na ponta do cabo (o macho). Essa conexão ou ligação de um com outro é sujeita, geralmente, a muitas intercorrências, que acabam prejudicando o sinal em questão. Designers de plugs (se assim podemos chamá-los) tentam criar soluções para garantir um melhor contato entre essas duas peças, mas muitas vezes são os próprios usuários que no uso diário descuidam de cuidados básicos causando problemas de mau contato. Outras vezes no entanto isso deve-se à má qualidade na fabricação da peça - algo não muito raro entre nós - o famoso "o barato sai caro".

Vamos então abrir nossa "caixa de ferramentas" e escolher alguns plugs mais comuns no dia a dia do usuário que adquire uma câmera de vídeo e pretende editar suas imagens.

plugando na rede elétrica

Como nossos equipamentos, quando não estão funcionando com baterias estão conectados à rede de energia, não poderíamos deixar de lado os plugs que ligamos às tomadas. Temos então o adaptador de tomada de 3 pinos para 2 pinos - uma peça que nem deveria existir, quando o correto seria todas as instalações possuírem os 3 pinos, um dos quais dedicado ao terra. E por falar em tomadas, em diversos países existe uma peculiaridade interessante nas tomadas elétricas que ficam nas paredes. Não é possível enfiar algo somente em um dos orifícios, cuja entrada fica obstruída por uma tampa no interior da mesma. Só quando se enfia algo em ambos os orifícios simultaneamente é que a tampa destrava. Enfiar algo em somente um dos furos (criança brincando) é diferente de em ambos os furos ao mesmo tempo (tomada sendo encaixada). Soluções modernas, inteligentes e seguras.

Podemos lembrar ainda da situação muito comum em diversos lugares de ligar-se diversos aparelhos em um amontoado de distribuidores (o nome técnico do conhecido "benjamim"). Geralmente o que se tem é uma boa chance de haver mau contato entre alguns pinos, sobrecarregados pelo peso das demais tomadas e fios. E mau contato representa aquecimento, e aquecimento....

O correto é nunca superar as especificações máximas de potência admitida para uma determinada tomada elétrica - conferir o valor do disjuntor a ela associado já é uma boa idéia inicial. E utilizar então as chamadas réguas, que foram feitas para isso, além de geralmente trazerem filtros de linha e outros dispositivos úteis embutidos nas mesmas.

plugs analógicos

Embora hoje convivamos com formatos de vídeo digitais, com edição de vídeo digital e com exibição de conteúdo gravado digitalmente em discos ópticos, no momento de enviar e distribuir esses sinais entre equipamentos diversos ainda convivemos com sinais analógicos. A TV digital diminuirá drasticamente essa situação, processo no entanto que ainda levará vários anos para se concretizar completamente.

Após ter seu vídeo editado e gravado em um DVD, chega a hora de levar para o home theater, colocar o disco no player e assistir o trabalho. Ali, entre os diversos equipamentos, existem diversos plugs e cabos...

É assim que podemos encontrar na parte traseira de alguns desses equipamentos um conjunto de 3 conectores do tipo RCA, coloridos, um vermelho, outro verde e outro azul. Temos ali a possibilidade de conectar um cabo com 3 plugs na ponta, nas mesmas cores, para transmitir o sinal analógico video componentes. Esse tipo de sinal é o de melhor qualidade possível nesses equipamentos, em termos analógicos, onde as cores do sistema RGB mantém-se separadas durante a transmissão.

Isso não quer dizer no entanto que cada conector RCA carregue somente o sinal da mesma cor que está pintada no seu corpo plástico, isto é, o conector RCA vermelho não transmite somente o sinal vermelho, o azul não transmite somente o sinal azul e o verde não transmite somente o sinal verde. O que se passa ali é bem mais complexo, mas pode ser resumido, de forma bastante simplificada, da seguinte forma: transmitir os sinais puros RGB não é prático, por diversos motivos técnicos. Assim, o que se faz é calcular, eletronicamente, a diferença entre esses sinais. Isola-se inicialmente o sinal de luminosidade e os 3 sinais de cor. A seguir, subtrai-se o sinal vermelho do sinal de luminosidade. Tem-se então o sinal transmitido no plug RCA vermelho. Como a luminosidade é representada pela letra "Y", esse sinal é representado por "R-Y". Da mesma forma, subtraindo-se o sinal azul do sinal de luminosidade tem-se o sinal "B-Y", que é o transmitido pelo plug RCA azul. E agora, lembrando das aulas de equações e suas incógnitas do ginásio, pode-se perceber que conhecendo-se o valor dessas duas diferenças e sabendo-se que a luminosidade total "Y" é a soma da luminosidade dos 3 sinais ( "Y = R + G + B " ), só falta ter a informação da luminosidade "Y" para ser possível calcular individualmente os valores de R, de G e de B. Assim, o plug verde na verdade não carrega o sinal verde e sim o sinal total de luminosidade das 3 cores somadas, o sinal "Y".

Os equipamentos digitais descrevem o sinal Y, B-Y, R-Y nas etiquetas coladas ao lado das entradas dos respectivos plugs como Y, Pb, Pr . Isso significa: entrada de sinal analógico do tipo vídeo componentes. Após ser convertido para o formato digital, esse mesmo sinal pode sair de um equipamento e entrar em outro. Para o sinal vídeo componentes digital, a representação muda para Y, Cb, Cr (embora não seja incomum encontrar etiquetas com essa denominação para sinal analógico, não digital, o que é incorreto).

Com menor qualidade de imagem, temos o plug S-VHS ( etiqueta Y/C no painel ). Agora você pode até deduzir o significado de "Y/C" : é um conector que permite o tráfego da luminosidade ("Y") em um sinal separado e dos 3 sinais de cores somados em um único sinal, representado por "C". Essa soma eletrônica possui uma codificação de forma a permitir que seja desfeita no momento de ser utilizada (exibida na tela de um televisor por exemplo). Mas há perdas no processo, por isso a qualidade é inferior a do sinal vídeo componentes.

Com qualidade ainda menor, temos o plug RCA utilizado para vídeo composto, tradicionalmente um plug amarelo. A qualidade inferior deve-se ao fato de que aqui tudo é somado em um único sinal, cor e luminosidade, que depois terá que ser separado no momento do uso.

E podemos diminuir ainda mais a qualidade do sinal, juntando ao mesmo um sinal de áudio: temos então o conector RF (Radio Frequency), e como exemplo, o cabo que desce da antena coletiva dos prédios.

plugs digitais

Em relação a sinal de vídeo, os formatos digitais trouxeram novos conectores específicos para trafegar especificamente os bits nos quais são transformadas as imagens e os sons, entre eles, o FireWire.

Conector bem próximo do dia a dia de quem trabalha com edição de vídeo, conecta a câmera ao computador. E vem em 2 tipos: 4 e 6 pinos. Por quê? Porque o FireWire foi criado para conectar equipamentos de computação e seus periféricos trafegando informações em alta velocidade. E o periférico necessita de energia para funcionar - em um disk drive por exemplo, para fazer girar o motor elétrico do disco. Assim, no cabo FireWire, 2 pares de fios destinam-se a transmitir os dados, e o outro par, a transmitir energia elétrica. O mesmo acontece no conector USB - tem-se por exemplo tocadores de mp3 cuja bateria é carregada pela própria conexão USB (e professores Pardais inventando pequenos ventiladores e luzes de leitura funcionando com conector USB.....).

Mas, ao contrário dos periféricos, as câmeras de vídeo não necessitam de energia elétrica externa através desse cabo, porque possuem seus próprios meios de obtê-la (bateria ou alimentação elétrica). Assim, necessita somente dos 4 fios de dados. Por este motivo, seu conector foi padronizado somente com 4 pinos. E nos micros, o padrão é 6 pinos. Por isso os cabos FireWire 4-4 (para conectar uma câmera a outra), 6-6 (para uso somente nos micros) e 4-6 (para conectar micro e câmera). Para facilitar as coisas, algumas placas de captura possuem conectores tanto de 4 como de 6 pinos. Nesse caso, e no caso do cabo 4-6, os 2 pinos a mais não estão ligados a fio algum, somente fazem parte do conector para permitir o encaixe no painel.

Existem muitos outros tipos e modelos de conectores, mas esses são talvez os mais básicos, os primeiros a serem conhecidos por quem inicia-se na arte da videoprodução.